Várias Vidas

Brevemente o Livro!

"(...)Acreditar sempre, mesmo quando o mundo nos vira as costas. Porque um dia (...) se nunca deixarmos de acreditar nos nossos sonhos, eles realizar-se-ão, com a sensação que não passou nem um segundo desde o dia em que os ansiámos pela primeira vez." - Rasgo de Tempo in Várias Vidas

Os sonhos concretizam-se quando nunca desistimos deles. Mesmo quando nos dizem que não seremos capazes, mesmo quando acreditamos que não, que nunca vamos conseguir. Mesmo quando nos deparamos com obstáculos e dificuldades que nos limitam. Se lutarmos, somos capazes de mover montanhas pelos nossos sonhos. Se nunca desistirmos, se não deixarmos que as desilusões, as adversidades nos vençam,  um dia o nosso sonho concretizar-se-á. Não devemos ter pressa. A persistência e a concentração no nosso objectivo, na nossa missão de vida, fazem-nos saber esperar até à hora certa para agir e o universo, o destino, ou outra mão qualquer que faz com que aconteçam coisas aparentemente estranhas, até miracolosas, encarrega-se de dar-nos as ferramentas para o momento em que a nossa vida se transformará para sempre.

Essa é a minha história.

Sempre fui uma apaixonada por livros e pessoas. Sempre li muito.

Lembro-me de ter descoberto a paixão pela escrita aos 15 anos. Aos 18, já na universidade, comecei a aperceber-me que a paixão tinha crescido. Sempre fui uma observadora do mundo. Curiosa no sentido de tentar entender como funcionava a complexa cabeça do ser humano, de tentar entender como pensavam pessoas diferentes de mim, pessoas iguais a mim, homens, mulheres, rapazes, raparigas, como agiam nas suas relações, como lidavam com a perda, com a dor, com o sentimento, com os livros, com o mundo, com o amor, no fundo, com as várias esferas das suas vidas.

Por uma série de episódios caricatos, comecei a escrever pequenos textos, que, com o passar do tempo começaram a aumentar de volume. Lia muito e escrevia muito. Entre estudo e trabalho, escrevia. Muitas das vezes acabava de escrever um texto e perguntava-me " mas de onde é que veio isto?" Grande parte das vezes, parecia que a minha mão e a caneta se movimentavam sozinhas. Era uma sensação surreal.

Escrevia sobre tudo o que me vinha à cabeça. A folha de papel assumia o papel de meu melhor amigo, com quem desabafava ou a quem contava aquilo que não falava com mais ninguém.

A partir de certa altura, nasceu o grande sonho de um dia publicar aqueles textos em livro. Mostrei alguns a várias pessoas, que lembro com frequência o quanto me apoiaram. Uma delas chegou a dizer-me, após ler uma ou outra história, há muitos anos atrás: "e tu não vais fazer nada acerca disto?". Neste passo de publicar o livro Várias Vidas também a ela devo um agradecimento muito especial.

Continuei a escrever durante os anos seguintes, mas quando saí de casa dos meus pais, deixei as histórias guardadas no sótão, que sofreu algumas mudanças.

Durante cerca de 5 anos, o disco do velho computador onde tinha guardado muitas das histórias,porventura as mais importantes, tinha-se estragado e não conseguíamos forma de recuperar os dado.

Os textos em papel e os manuscritos estavam dados como desaparecidos. Apenas restavam algumas das histórias, mas o sonho começava a desmoronar. Sem aquelas histórias, a publicação do livro perdia todo o sentido. Haveria outros, concerteza, mas Várias Vidas não fazia sentido sem as primeiras histórias escritas. Para lá de 50. A esperança de encontrá-los começava a morrer.

Criei um blog onde publiquei algumas das histórias que conseguira, entretanto encontrar, e fui acrescentando outras mais recentes. Seria um bom meio de chegar às pessoas, tocar-lhes o coração.

Há cerca de 2 meses, dirigi-me a casa dos meus pais, com uma missão: encontrar aqueles textos. Eles tinham de estar em algum lugar. Não havia qualquer acontecimento que justificasse o seu desaparecimento.

Sentia que tinha chegado a hora e o momento exacto de por mãos à obra para publicar o livro. Assim foi. Remexi todas as caixas que possam imaginar, despejei apontamentos antigos, caixinhas e caixetas repletas de bugigangas e tralhas. Eis senão quando, num caixote cheio de folhas,comecei a tirar uma a uma e, bem no fundo do caixote, comecei a ver surgirem pastas, dossiers e cadermos que me pareceram familiares! Folha atrás de folha, pasta atrás de pasta, lá estavam todos es textos, incluindo o caderno (tipo de contabilista, pelos quais tenho uma paixão avassaladora) onde tinha escrito as primeiras linhas e que me tinha acompanhado em noitadas, tardes de inverno na areia da praia, em viagens, eu sei lá.

Agradeci aos céus por ter encontrado as histórias. Apesar de ter sido eu a escrevê-las, foi uma dádiva tê-los encontrado. Agradeci durante horas. Era só o que saía da minha boca: obrigado, obrigado, obrigado. Relembrei, em segundos, os rostos de amigos e professores que leram as minhas histórias e, de alguns, as palavras de incentivo que me deram. Chorei como uma Madalena arrependida, como se tivesse reencontrado um antigo amor. E a verdade é que realmente encontrei. O meu sonho podia, finalmente, concretizar-se. E vai concretizar-se.

Agora, sorrio a cada dia. Agradeço diariamente o que me aconteceu, e em breve, verei impressas as minhas histórias em livro de papel e poderei tocar e sentir o cheiro do meu sonho!

Muito obrigada.

Acredite nos seus sonhos. Nunca deixe de sonhar. Lute pelos seus sonhos. VIVA os seus sonhos.