Num toque suave de piano.
Um pincel percorre uma tela em busca de uma figura ainda pouco definida pelo seu criador.
Melodia suave caminha pelo quadro repleto de azul.
Uma forma surge com o vaguear dos tons graves e agudos do piano.
A mão do criador agarra o pincel e definha contornos estranhos, abcessos, redondos sobre a tela que se queixa de imperfeição.
Melodia e pincelada desencontram-se. Harmonia que não consegue fundir-se com a violência das formas agrestes de um pincel sobre uma tela azul e que desperta para a vida um agressivo e demoníaco corpo de mulher.
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